domingo, 16 de outubro de 2011

Deriva continental

Eu imagino outros países como eles só devem ser na minha cabeça, e viajar parece essencial. Coloco expectativas, faço roteiros tão rotineiros para os nativos mas que pra mim são fotograficamente originais. Atravesso as ruas, digo bom dia, percorro os bairros, vejo pombas na rua diferentes, vejo postes de luz mesmo apagados, diferentes, vejo uma camiseta básica branca tão diferente, sinto o cheiro do pão feito com a mesma farinha, mas tão diferente! Pergunto a mim mesma o porquê de ser tão diferente assim, mas agradeço por sê-lo sentindo que isso atrai não por ser melhor, talvez simplesmente por ser tão incomum mesmo feito com todas as ferramentas e toda matéria prima que eu já conheço. O novo sempre atrai mais, mesmo que ele já seja velho em si. Como a gente pode ser tão diferente se a matéria e os objetivos são tão parecidos em qualquer lugar do mundo? Isso não é um pouco mágico? Penso que sim porque é como funciona com os gêmeos que nascem da mesma barriga quase que no mesmo instante e tomam rumos distintos, e veem o mundo de um jeito particular. Não é mesmo mágico? Demorei um pouco pra perceber porque os conselhos não nos servem muito, mas a verdade é que há um mundo tão imenso dentro de cada pessoa que não dá pra copiar. E isso é bom! É sinal de que dá tempo pra mim, é sinal de que daqui trinta anos ainda dá tempo pra mim. É sinal de que eu posso viajar o mundo inteiro se quiser, e refazer a viagem vendo tudo diferente! Mudar de alguma forma parece sempre uma boa opção (Mas isso nem sempre serve para os cabelos).

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