terça-feira, 29 de novembro de 2011

É normal

Chega uma hora na vida de uma pessoa, chega uma hora no ano, no mês de novembro, que a gente se questiona.
Não que a gente já não tivesse dúvidas antes. Mas a gente passa a se questionar inclusive sobre as nossas dúvidas. E é uma hora do ano que não dá tempo mais, nem tem mais graça e nem ter razão para nos questionarmos sobre o passado. 
Agora a gente se questiona sobre o que a gente quer ser. 
Pode ser sobre várias fases do que a gente quer ser. Vou dar uns exemplos das fases:
- O que eu quero ser quando eu crescer?
- O que eu quero ser quando o verão chegar?
- O que eu quero ser quando eu estou sozinha?
- O que eu quero ser para o meu filho?
- O que eu quero ser no primeiro minuto do primeiro dia do ano que vem?

Esses são uns exemplos do que é um -o que a gente quer ser-.
A gente pode fazer planos, a gente pode imaginar, a gente pode começar já a construir o que a gente quer ser para que quando ele fica pronto possa se chamar -o que a gente é.

E eu só passei aqui para lembrar a mim mesma que isso é normal. E que é bom!
Que quando ninguém inventa nada, o mundo fica parado.
Que querer mudar é bonito e genuíno.
Que imaginar que tudo será melhor, que os sonhos se realizarão, que a inquietude é só um sinal de que há muita coisa para acontecer, é normal.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Onde mora o seu amor

O amor não tem um endereço fixo. Ele se muda, e muda a mobilia do lugar pra onde e de onde muda constantemente. 
Ele não é muito alto nem muito baixo, ele tem corpo de ameba mas é muito, muito elegante. O amor anda de carro, o amor anda de ônibus, usa bicicleta e jatinho particular. Ele chega e ocupa todo o ambiente e todas as frestinhas. Ele preenche. Ele se estica para encontrar os polos norte e sul e nem sofre ou se esforça pra isso. Quando ele estica ele cresce e não fica flácido porque nunca volta a ser pequeno. Aliás, ele nunca é pequeno. Amor tem o tamanho que tem, e é sempre grande para quem o carrega. Mas é leve, não pesa. O amor é do tipo irreverente que aparece onde a gente menos espera. Ele entra pelo telefone, ele se esconde nas bolas de meias e as vezes no pé de meia perdido. Ele fica no copo com restinho de suco, nas escovas de dentes, no chaveiro e na janela. E não se engane, ele vai te visitar e ficará na sua casa mas é tão discreto que você nem vai perceber que seu hóspode ainda está lá. Ele vai te surpreender quando às vezes ao abrir uma porta ou fechar uma torneira ele assoprar no seu ouvido e te esquentar o coração e gelar o seu rosto num abraço de dentro do corpo que junta todos os seus órgãos e te faz sentir que é vivo e que não há tempo a perder.

"Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora"

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Lembranças

Balanço azul na garagem; Jardim da casa da vó com mini morango; Titãs no domingo de manhã; História das amoras na grama; Bicicleta rosa de elefante que dobra; Daphne; Cavalinho do chuveiro; Ler jornal de ponta cabeça; Virar casulo na rede; Elevador na escada; Farinha lactea mágica; Telepapo; De frente com Batista; Pininhos de plástico; Caixa de luz; Dormir no sofá; Carro da moranguinho