terça-feira, 28 de junho de 2011

domingo, 26 de junho de 2011

Os dias da sua vida

Muito bem! Você chegou!!

Não sei se você sabe, mas vinte e três anos é uma idade muito, mas muito importante. Não são todas as pessoas que sabem porque essa preciosa informação só chega para pessoas de coração muito nobre e de alma leve e transparente.
Pessoa assim é difícil de achar, porque usualmente se apresenta num primeiro instante com uma expressão de pessoa séria, mas segundo o que eu sei, que é o que eu acho, essa expressão é pra mostrar humildade, pra mostrar que não está totalmente entregue e confortável na vida, mas que tá se descobrindo, e tá descobrindo as coisas... E portanto tem receio, é precavido e atento a todos os pormenores, afinal pessoa assim é sonhadora e enxerga longe, o limite é muito além do que a gente imagina e é normal que nessa ocasião haja cautela. É assim que se alcança a longevidade e a realização dos sonhos. Eu na verdade tive muita sorte e encontrei uma pessoa assim.

Mas vamos ao que interessa. O que você precisa saber é o seguinte:
23 anos é a idade de ser feliz. É a idade de fazer planos e sonhar. Coincidentemente é nessa idade em que há energia o bastante para realizar tudo que parece tão distante mesmo com algumas dificuldades, obstáculos e pessoas fazendo cara feia ou corpo mole.
Agora é a hora de se impressionar e se encantar com aquelas coisas que você tem vontade de fazer e de conhecer. Sem se preocupar, porque a hora é essa mesmo.
É hora de usar todos os tipos de roupa, todas as combinações e não combinações de cores, e use, porque agora é a hora. Isso serve para os sapatos, isso serve para as mochilas e sacolas, e serve pra tudo isso junto.
Pinte mais elefantes, eles te pintam também.
Não se preocupe em as vezes fazer as coisas que as outras pessoas fazem também, você é único, o que você faz é sempre inédito.
Seja arquiteto, mas seja biólogo também. Nas suas horas vagas pelo menos. Dedique sim seu tempo aos bichinhos e às plantas, você faz bem pra eles, dá pra ver.
Tome sucos e chás, convide alguém pra tomar com você que sua companhia é boa.
Leia livros que te façam sentir coisas novas, seja ridículo quando tiver vontade de ser, e quando for não olhe para quem tiver em volta, o que você sente só você sentirá e dificilmente conseguirá explicar.
Fale o que você pensa, não engula sapos, seja respeitoso com seus sentimentos e nunca pense que não pode ser você.
Na verdade o que é importante mesmo você saber, é que você deve ser você. Ser você faz as pessoas serem mais elas mesmas, ser você me faz ser eu mesma.
Mas ser bom e fazer o bem é uma responsabilidade grande. Só dada a pessoas de muito potencial. Você tem o poder de fazer o mundo melhor. Agora. Como eu sei disso?
Você faz meu mundo melhor.

Que todos os dias sejam seus, que sejam celebradas todas as suas conquistas sempre com o mesmo entusiasmo que você foi celebrado ao nascer e que eu possa todos os anos te dar parabéns e comemorar com você, agradecendo por você existir e por ser parte de mim.

FELIZ ANIVERSÁRIO!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Preguiça

Ela procurou um médico. Na verdade a mãe dela marcou por ela porque ela não tem muita iniciativa, ela mais reclama mesmo e espera alguém fazer por ela. No consultório o doutor deu o laudo e a receita: Auto-estima baixa, vai procurar o que fazer menina!
Ela não tinha muito orgulho mas se sentiu ofendida quando ouviu o diagnóstico. Parece que era preguiça mesmo, e ela tentava não ter preguiça, porque a preguiça justificaria muita coisa na vida dela, desde o fato de não pentear o cabelo até o andamento dela no trabalho. Ela não tinha força, tadinha! Ela se esforçava, ela suava até e a gente via que suava, mas não vingava... e coitada também não queria ser chamada. Ela foi atrás da droga que o doutor indicou. E como era cara a danada! Tinha período pra tomar e prazo pra terminar. O efeito colateral era mais no bolso mesmo, e a abstnência provocava vício. Mas tudo bem, pelo menos tinha sentido. Pelo menos ela acordava cedo, pelo menos não ficava no sofá comendo biscoito vendo o Video Show. Pelo menos no fim do dia ela podia jogar a bolsa no sofá e dizer "Puxa, estou cansada!" e de alguma forma isso valia, por alguns instantes isso preenchia. Era só ter o que fazer e o piloto automático da bichinha dava conta do resto. Não tendo tempo não havia mais vazio, não pensando ela quase não doia. Só podia ser preguiça, mas não era preguiça de agir, era preguiça do tipo preguiça de pensar.
Era preguiça de existir por si só. De respirar o ar por respirar mesmo, era a preguiça de aceitar o doído que era não ser a ninguém que ela esperava ser, o vácuo de não ser bom nem em fazer bem pra si nem pra ninguém. Era preguiça de aceitar a certeza de ser gente normal mesmo. Bobo esse doutor que não soube examinar...