quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sobre as paixões e os rituais matinais

Quando aprendo a respeitar uma característica ou aprendo a vê-la de outra forma topando viver com isso, eu sei é por paixão. E achar paixão em si parece ser mais promissor que achar uma nota de cinquenta reais na calçada, mesmo quando a paixão não mira ponto algum.
A paixão é o que faz a gente correr por um sentido ainda que não veja nada a frente. Ainda que para o mundo todo a gente finja ter desistido e pareça ter mudado a rota. A gente nunca se entrega por completo, surge uma forma de esperança, ainda que seja o medo. Ainda que seja o desapego, o que nos mantém é a paixão.
É a inconstância e a infinitude de se apaixonar pelas possibilidades.

Das poucas coisas que sou capaz de fazer por mim mesma, sem nenhuma pretensão nem expectativa, quase tudo me faz melhor. Mesmo quando é só pisar no chão com o pé direito ao acordar, mesmo quando é sorrir para o espelho descabelada e incabível de sono pela manhã, mesmo quando é só fech
ar os olhos discretamente e dar os primeiros passos fora de casa respirando fundo. E eu digo só, mas pra mim é como se recebesse uma flor, na rua, voltando pra casa depois do dia mais quente do ano. E por menor que isso pareça, isso basta para quem se apaixona.


"Há algo novo brotando em seu coração, mas você ainda não entende o que é."

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